Sindicer busca selo de Indicação Geográfica para cerâmica branca

Morro da Fumaça
Edson Padoin
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A região Sul de Santa Catarina, com sua rica tradição na indústria cerâmica, pode ganhar um novo reconhecimento com a busca do Sindicato da Indústria de Cerâmica Vermelha de Morro da Fumaça (Sindicer) pelo selo de Indicação Geográfica (IG) para a fabricação de telhas e tijolos brancos. Essa iniciativa visa não apenas valorizar a produção local, mas também destacar a singularidade dos produtos da região, que têm características únicas em relação a outras partes do Brasil.

A fabricação de telhas brancas é um diferencial da região há mais de 50 anos, com um processo artesanal que utiliza uma matéria-prima específica da área. Hoje, esse método tradicional foi ampliado para incluir tijolos, blocos e outros elementos cerâmicos feitos de argila. Ao longo das últimas décadas, a produção se consolidou como um pilar econômico de Morro da Fumaça e cidades vizinhas como Sangão, Içara, Criciúma, Cocal do Sul, Jaguaruna e Treze de Maio.

“A telha e o tijolo branco são produtos com características muito próprias da nossa região. A matéria-prima e até o processo produtivo de algumas empresas tornam essa produção única e com grande valor agregado. Há anos, trabalhamos com o Sebrae para a criação de uma Indicação Geográfica, e agora estamos próximos de alcançar esse objetivo”, afirma o diretor do Sindicer, Alexandre Zaccaron.

Certificação

A Indicação Geográfica é uma certificação que reconhece a qualidade e a tradição de determinados produtos ou serviços originários de uma região específica. No Brasil, exemplos bem conhecidos são o café da Serra da Mantiqueira, de Minas Gerais, os vinhos de Altos Montes, no Rio Grande do Sul, e o artesanato em Capim Dourado do Jalapão, em Tocantins. Para o Sindicer, a Indicação Geográfica para as telhas e tijolos brancos da região é uma forma de proteger e valorizar um produto genuinamente local, associando-o à identidade da região.

“A indicação geográfica vai além de um selo. Ela traz consigo a reputação, a qualidade e a história do produto. Estamos convencidos de que esse reconhecimento será um diferencial importante para a competitividade das nossas indústrias, tanto no mercado nacional quanto internacional”, ressalta Zaccaron.

O processo para obtenção da IG teve início há cerca de 10 anos, mas foi retomado nos últimos dois anos com o apoio do Sebrae. A ideia é garantir que a produção de telhas e tijolos brancos de Morro da Fumaça se destaque no mercado, protegendo as empresas locais de concorrentes que possam tentar reproduzir a técnica sem ter a origem e os atributos específicos da região.

Estudos e parcerias para o sucesso

Para respaldar a solicitação da IG, o Sindicer tem buscado dados técnicos e científicos que comprovem a singularidade do processo de produção. Atualmente, um projeto de pesquisa em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Associação de Arranjos Produtivos Locais (APLs) está em andamento. Uma aluna de mestrado realiza também um estudo aprofundado sobre as características da cerâmica branca produzida na região, ajudando a consolidar as bases científicas necessárias para a solicitação do selo.

“Uma das grandes dificuldades que encontramos no início foi a falta de dados técnicos sobre as cerâmicas brancas. Hoje, com o apoio da pesquisa científica, conseguimos embasar melhor nossa demanda. Esse estudo vai dar a segurança necessária para que possamos avançar com a solicitação da Indicação Geográfica”, explica Alexandre Zaccaron.
Em uma recente visita a Brasília, Zaccaron e o diretor do Sindicer, Acxel Gietner, se reuniram com representantes do Sebrae Nacional e com deputados para discutir o projeto e buscar apoio financeiro para viabilizar a continuidade das pesquisas e o registro da Indicação Geográfica. Segundo Zaccaron, o apoio do Sebrae de Criciúma tem sido fundamental, e a participação do Sebrae Nacional pode ser decisiva para o sucesso do projeto.

“O Sebrae é nosso principal parceiro nessa jornada. Acreditamos que com o apoio de todos os envolvidos, conseguimos dar um grande impulso para o setor cerâmico, especialmente para os produtores de telhas e tijolos brancos mesclados, que terão mais visibilidade e proteção no mercado”, afirma Zaccaron.

Benefícios

A implementação da Indicação Geográfica para os produtos cerâmicos de Morro da Fumaça promete trazer diversos benefícios para a economia local, como o aumento das vendas no mercado interno e externo, o fortalecimento das indústrias locais e a criação de novos postos de trabalho. Além disso, o selo ajudará a preservar o processo artesanal tradicional, garantindo que ele seja transmitido para as futuras gerações.

“A IG será um marco para o setor cerâmico e, sem dúvida, ajudará a transformar a nossa região em uma referência nacional e internacional na produção de cerâmica branca”, conclui Zaccaron.

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