Águas-vivas: saiba os cuidados e o que fazer ao ser atingido

Balneário Rincão
Alexandra Cavaler
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Atraídas para o litoral sul de Santa Catarina devido a uma combinação de correntes marítimas, temperatura da água e disponibilidade de alimento, as águas-vivas se favorecem das condições ideais e de fatores como a época do ano e mudanças climáticas as quais também podem influenciar a ocorrência desses animais marinhos na região. Somente nos cinco primeiros dias de janeiro deste ano já houve 1.928 ocorrências, número bem acima do registrado no mesmo período de 2024, quando foram 1.200 casos. O total de casos no ano passado foi de 7.445. Isso somente na região de abrangência do 4º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar, de Balneário Rincão até Passo de Torres.

Major Borges Arara, do 4º BBM, destaca algumas informações relacionadas aos cuidados e o que fazer se for atingido por uma água-viva. “As águas-vivas são animais marinhos rotineiros na nossa orla, nas nossas praias. Elas acontecem o ano todo, porém, são percebidas com mais freqüência no verão, por dois motivos. O primeiro, por que temos mais pessoas indo à praia em razão do calor. Segundo, as águas-vivas, no verão, estão no período de acasalamento, de reprodução e, por isso, ficam mais agitadas. Assim, nós temos mais águas-vivas numa situação de agitação que faz com que a corrente marinha as traga até a costa”, explicou.

Orientação

Outro fator importante, de acordo com o Major Borges, que as traz para a costa é a condição climática. “As águas-vivas não nadam, elas flutuam e desta forma são levadas pela corrente marítima e também pelo vento. Conforme está o dia com mais vento no quadrante norte, faz com que esses animais marinhos cheguem até a beira mar. Inclusive, cabe assinalar que uma grande característica delas é a flutuabilidade: conforme o vento, a onda do mar as leva a seguir esse caminho”.

Atendimento aos banhistas

Com relação ao tratamento, segundo o Major, é ressaltar o que não se deve fazer. “A queimadura por água viva, tecnicamente não é uma queimadura, mas acabamos definindo assim; é um envenenamento, uma intoxicação em razão do veneno deste animal marinho. Assim como as abelhas que injetam o veneno com uma forma de uma agulhinha, um ferrão; as águas-vivas também têm esse ferrãozinho, nos seus tentáculos. Elas introduzem o seu veneno no nosso corpo desta forma. E na medida em que nós temos mais ou menos contato, o prejuízo será proporcional: mais contato, mais envenenamento; menos contato com os seus tentáculos, menor o prejuízo. Às vezes é só um raspão que pega na perna, no braço da gente, sem grandes influências, mas já ocorreram grandes acidentes nos quais a pessoa teve o tórax envolvido por tentáculos de água-viva, e aí já passa a ser uma situação complicada que deve, inclusive, receber atendimento médico”, enfatizou Major Borges.

Não esfregar o local

A orientação é também a de não esfregar o local porque, segundo o militar, pode-se injetar mais veneno no organismo. “Como não devemos tentar tirar o ferrão das abelhas, pois podemos injetar mais veneno ou toxina no organismo. Com a água-viva acontece o mesmo, se esfregar o local com as mãos, uma toalha ou de qualquer outra maneira teremos mais toxinas entrando em nosso corpo. Também não é orientado que se lave o local com água doce, água que nós bebemos. Por quê? Por ser um animal marinho, o habitat dela é água salgada. Então quando nós jogamos a água doce, da mesma forma nós estamos jogando mais veneno dentro do corpo”, destacou.

Vinagre

O Major ressalta que a melhor maneira de limpar o local atingido é usar apenas a água do mar. “Tentar remover as pequenas agulhinhas que ficam cravadas na pele com algo fininho como uma régua, um cartão de crédito, que pode estar à mão, ou com as costas de uma faca, para não inocular mais veneno. E caso a dor persista, podemos colocar vinagre uma vez que o mesmo é ácido acético. E como o veneno da água-viva é alcalino, eles acabam se neutralizando. E é por isso que o vinagre ajuda bastante no tratamento local. Mas, como já mencionei, é preciso perceber a gravidade, a extensão da “queimadura” ou até mesmo se pessoa tem algum tipo de alergia; nestes casos é necessário buscar atendimento médico”.

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