Aumento dos combustíveis vai refletir nos preços de produtos

Criciúma
Edson Padoin
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Os preços dos combustíveis em Criciúma sofreram reajustes significativos nesta semana, e as consequências desse aumento devem ser amplamente sentidas pelos consumidores nas próximas semanas. Em um posto da cidade, o preço da gasolina comum subiu R$ 0,30, passando de R$ 6,27 (02/01) para R$ 6,57 (05/02). Já o diesel S10 teve uma alta de R$ 0,35, subindo de R$ 6,09 (03/01) para R$ 6,44 (05/02). O aumento no preço dos combustíveis é um reflexo do reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que entrou em vigor neste mês de fevereiro e afeta diretamente os preços praticados nos postos de gasolina.

De acordo com o proprietário de um posto de gasolina em Criciúma, Leonardo Spilere Benedet, o aumento recente realizado no último sábado e nessa terça-feira é resultado de uma combinação de fatores. “Os aumentos dos últimos dias foram por conta do reajuste de ICMS e reajuste de margem. Fazia seis meses que o preço não alterava, nesse tempo foram aumentando centavos que se acumularam agora junto com o ICMS. Alguns produtos, como o diesel S10, aumentaram R$ 0,40”, explicou Benedet.

Petróleo

Além do aumento do ICMS, outras variáveis também têm impactado o preço dos combustíveis. O economista Enio Coan aponta que, além da revisão do ICMS, há uma defasagem nos preços dos combustíveis em relação aos preços internacionais do petróleo, que, segundo ele, será repassada pela Petrobras. “Desde julho de 2024, essa defasagem não foi aplicada. O impacto cambial também é relevante, pois a desvalorização do real faz com que os combustíveis sofram uma pressão para cima”, afirmou Coan. Ele ainda destacou a relevância do transporte do combustível, desde o porto ou refinaria até os postos, que também impacta no preço final pago pelo consumidor.

“Outra variável é o preço do transporte dos combustíveis do porto ou da refinaria até os postos, que é muito significativo dependendo do estado da federação, o que gera diferença de preços de um estado para outro”.

“Alteração afeta toda a cadeia produtiva”

A reportagem também conferiu os valores em outros postos de Criciúma e o preço médio da gasolina comum estava R$ 6,57. Já do diesel S10 entre R$ 6,39 e R$ 6,49.
Com o aumento nos preços dos combustíveis, o impacto no setor de transportes é inevitável. O presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Franke Hobold, comentou sobre as implicações desse aumento. “Realmente, todo aumento que ocorre afeta toda a cadeia e isso vai ser repassado para os produtos. O primeiro aumento será para as transportadoras, que repassarão para as empresas, e depois as empresas repassarão para o produto final. Não tem espaço para suportar aumentos sem repassar. Isso vai chegar ao consumidor e pode gerar inflação.”

Hobold também ressaltou que o aumento nos custos não se limita ao combustível, mas também afeta diversas matérias-primas utilizadas pelas indústrias. “Várias matérias-primas da indústria estão sofrendo aumento e isso deve chegar aos produtos. Isso preocupa as empresas e a Acic. Sempre que há aumento de custo, gera preocupação. O grande risco que temos esse ano é o descontrole dos custos”, afirmou o presidente da associação.

Esse aumento de preços pode afetar diretamente a economia, com um impacto potencial no aumento da inflação, que já está sendo notada no mercado. Supermercados, por exemplo, podem enfrentar altas nos preços dos produtos, o que pode prejudicar o poder de compra do consumidor.

A expectativa é que esse cenário continue a se refletir de forma crescente no bolso dos consumidores, especialmente com o impacto no frete e na indústria. A população, que já enfrenta desafios econômicos, precisará se adaptar a mais essa alta nos preços.

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