Situação da Lagoa do Caverá volta a ser discutida

Araranguá
Edson Padoin
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A situação da Lagoa do Caverá, localizada na bacia do Rio Mampituba e fazendo limite entre os municípios de Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Sombrio e Balneário Gaivota, voltou a ser discutida na Câmara de Vereadores de Araranguá. O tema tem sido abordado há mais de 30 anos e tem gerado grande preocupação, principalmente devido ao risco iminente de secagem da lagoa, que já apresenta uma redução significativa da área do espelho d’água.

De acordo com a Fundação Ambiental do Município de Araranguá (Fama), a lagoa perdeu cerca de 60% da área alagada, o que representa uma drástica diminuição do seu tamanho. Em 2023, uma reunião extraordinária chegou a ser realizada pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Alesc, com o foco de levantar um diagnóstico atualizado sobre o problema e buscar a mobilização de recursos para a execução de projetos de recuperação e preservação da Lagoa do Caverá.

O biólogo da Fama, João Luis Rosado, foi convidado para participar de mais uma discussão sobre a problemática, que ocorreu nesta semana na Câmara de Vereadores. Ele destacou que, apesar do esforço contínuo, não houve avanços significativos na solução do problema.

“Na verdade, não temos muitas novidades a respeito, mas fui convidado para ir à Câmara de Vereadores novamente para retomar essa pauta sobre a problemática da Lagoa do Caverá. Em termos de evolução com relação às ações para resolver esse problema, não houveram avanços. Já percorremos um longo caminho, estivemos reunidos com diferentes entidades e lideranças. Nos últimos anos, estivemos reunidos com o Secretário de Meio Ambiente do Estado, Alesc, Promotoria Estadual, Instituto de Meio Ambiente – IMA, Câmara de Vereadores de Araranguá, Comitê da Bacia do Rio Araranguá, Conselho Ambiental do Município de Araranguá – Coama, além da divulgação do problema em diversos veículos de divulgação. Esta foi a segunda vez que estive na Câmara de Vereadores. Todos se mostram preocupados, mas o engajamento efetivo à causa ainda é discreta”, relatou Rosado.

Única ação concreta

O biólogo afirmou que, até o momento, a única ação concreta foi a disposição do Samae de Araranguá em custear o estudo para elaborar um diagnóstico dos fatores responsáveis que estão promovendo esta redução do espelho d`água. No entanto, ele ressaltou que o estudo ainda aguarda ser licitado, o que gera uma sensação de estagnação no progresso das soluções.

“Até o momento, o único aspecto positivo é que o Samae continua disposto a custear o estudo, mas este ainda não foi licitado. Estamos tentando mobilizar os outros municípios, como Sombrio, Balneário Gaivota e Balneário Arroio do Silva, mas até agora não conseguimos uma adesão efetiva. No ano passado, a situação foi um pouco prejudicada devido ao período eleitoral, mas estamos retomando essa pauta para quem sabe buscar uma solução definitiva”, destacou Rosado.

Principais causas do problema

O biólogo também citou as principais causas prováveis que podem estar contribuindo para redução da área alagada da lagoa. Entre as hipóteses sugeridas, seriam a extração da turfa mais a nordeste da lagoa, realizada no território de Balneário Arroio do Silva, e a retilinização do canal extravasor mais ao sul, no território de Sombrio, que contribuiu, possivelmente, para o aumento na vazão de escoamento da água da lagoa em direção à Lagoa do Sombrio.

“Utilizando imagens de satélite, foi possível estimar que a lagoa já perdeu cerca de 60% da sua área alagada. Dentre as hipóteses mais prováveis para essa redução, estão a extração da turfa e a retilinização do canal extravasor. Ambas as ações humanas, provavelmente, têm impacto direto na diminuição do espelho d’água da lagoa”, explicou Rosado.

Como soluções para reverter este processo de degradação e preservar a lagoa, o biólogo sugere algumas medidas urgentes, como a construção de uma barragem junto ao canal extravasor e o desassoreamento da Lagoa, além de outras ações importantes, como o desassoreamento dos canais contribuintes e a revegetação de suas margens e das nascentes. “No entanto, a realização de um estudo diagnóstico é fundamental para produzirmos dados técnicos que possam subsidiar tais ações, e esclareçam de maneira inequívoca o que está ocorrendo neste importante manancial hídrico para a região”.

Acompanhamento feito desde a década de 1980 mostra área alagada menor | Foto: Divulgação Fama

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