Criciúma
Edson Padoin
[email protected]
Estudantes da Escola Estadual Engenheiro Sebastião Toledo dos Santos, o Colegião, realizaram um protesto nessa quinta-feira para cobrar providências nas condições de infraestrutura da unidade escolar, que afetam diretamente o aprendizado e o bem-estar dos alunos e professores. Organizado pelos próprios estudantes e membros do Movimento Estudantil de Criciúma (MEC), o ato contou com a participação de docentes e pais, que, juntos, percorreram as ruas do centro de Criciúma até a sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), onde o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, estava em agenda no município.
Mais problemas
A situação do Colegião é similar a de outras unidades da região. Neste mês, o deputado estadual Rodrigo Minotto foi a plenário e cobrou uma solução para a E.E.B. Natálio Vassoler, em Forquilhinha. Além desta escola, professores da unidade E.E.B. Ignacio Stakowski, em Içara, também já denunciaram a situação crítica vivida pelos docentes e estudantes durante os dias de calor extremo.
Durante o protesto, os estudantes exibiram cartazes pedindo uma solução urgente para os problemas enfrentados na escola, que incluem a falta de ar-condicionado e ventiladores em diversas salas de aula, especialmente durante a época mais quente do ano. Segundo os estudantes, esses problemas têm afetado diretamente o aprendizado, causando indisposição e dificuldades de concentração nas atividades diárias.
“Os alunos resolveram se organizar depois que os professores anunciaram que haviam tentado, junto da Coordenadoria Regional de Educação (CRE), um cronograma de ações que possibilitasse o funcionamento dos aparelhos de ar-condicionado que já existem e providências para que todas as salas recebessem o equipamento necessário. No entanto, ainda não tivemos respostas efetivas”, afirmou Ênio Leonardo Rocha Cândido, professor da escola. Ele explicou que, apesar de existirem aparelhos de ar-condicionado em algumas salas, a rede elétrica da escola não comporta a quantidade necessária para que todos os equipamentos funcionem ao mesmo tempo.
“Para ter a capacidade da rede elétrica adequada tem que ter projeto, e a empresa que trabalhava no projeto rescindiu o contrato em janeiro. Assim, não há nem previsão de uma empresa que faça o projeto de adequação da rede elétrica para que todas as salas sejam climatizadas”, detalhou o professor.
Sem ventilador
A situação é ainda mais complicada em algumas salas, onde ventiladores não funcionam adequadamente ou estão ausentes, além da falta de cortinas nas janelas, que contribuem para o aumento da temperatura nas dependências da escola. Em algumas janelas os alunos teriam colocado papel para tentar vedar a passagem do sol. “Entre as 26 salas de aula do período matutino, apenas nove possuem aparelhos de ar-condicionado, mas a rede elétrica só comporta o funcionamento de dois aparelhos simultaneamente. As condições atuais são insustentáveis para os alunos e professores. Há salas em que o ventilador não funciona adequadamente e há algumas sem ventilador”, disse Cândido.
Ele também destacou o desprezo e desrespeito por parte das autoridades para com a escola, que atende cerca de mil alunos. O protesto gerou repercussão e, além das manifestações nas ruas, o corpo docente da escola está elaborando um documento para ser encaminhado ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), com o objetivo de buscar uma solução mais rápida e eficaz para as condições precárias enfrentadas.
Reunião agendada com a secretária
Conforme a estudante da unidade Sara Dos Santos Rodrigues, uma reunião entre os alunos e a secretária estadual de educação foi agendada para a próxima semana. Além disso, ela detalhou a situação da escola.
“O Movimento Estudantil de Criciúma surgiu como uma resposta às condições insalubres que os estudantes da escola estadual têm vivenciado. A gente sabe que a nossa cidade está passando por dias de calores excessivos e a gente se depara com salas sem ventilação, sem ar-condicionado, com a infraestrutura precária, que vai contra os nossos direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e Adolescente. Então, a gente organizou uma manifestação pacífica para que a gente tivesse a atenção do nosso governador, que é o único que pode nos ajudar nisso. A gente conseguiu contato com a secretária da Educação e ela marcou com a gente uma reunião para semana que vem”, explicou a estudante.

“Processo de reforma está em andamento”
A Coordenadora Regional de Educação de Criciúma, Ronisi Guimarães, confirmou que a gestão escolar tem tomado providências, como a instalação de ventiladores em todas as salas e a compra de cortinas para minimizar o impacto do calor. “A gestão da escola já está providenciando as cortinas para todas as salas”, disse. No entanto, ela informou que a adequação da rede elétrica, necessária para a instalação dos aparelhos de ar-condicionado, está em andamento, mas sem previsão de conclusão. “Estamos acompanhando a situação e o processo de reforma elétrica e geral da unidade escolar já está em andamento”, afirmou Ronisi.
Garantia
Além disso, o governador Jorginho Mello se pronunciou sobre o assunto em entrevista à imprensa durante a visita ao município, ressaltando que a equipe do governo está trabalhando para que todas as escolas estaduais, incluindo o Colegião, sejam equipadas com ar-condicionado até 2026.
Leia a matéria completa na edição deste final de semana do jornal impresso Tribuna de Notícias. Ligue para 48 3478-2900 e garanta sua assinatura.
O post Protesto exige soluções para o calor nas salas de aula apareceu primeiro em TN Sul | Portal de Notícias.