Queda na imunização infantil: municípios enfrentam desafios

Içara/Criciúma
Edson Padoin
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Em 2023, mais de 60% dos municípios brasileiros não alcançaram a meta de 95% de cobertura vacinal recomendada pelo Ministério da Saúde para as vacinas administradas durante o primeiro ano de vida, segundo o Instituto Butantan. Esse cenário é alarmante, considerando que, apesar de um aumento no número de cidades que atingiram a meta — subindo de 1.745 em 2022 para 2.100 em 2023 —, o número total de municípios no Brasil, que é de 5.568, ainda revela lacunas significativas.

A única exceção notável foi a primeira dose da tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Esta vacina foi aplicada com sucesso em 3.084 cidades, atingindo ou superando a meta estabelecida. No entanto, a cobertura caiu drasticamente para a segunda dose, ministrada aos 15 meses, com apenas 1.326 cidades cumprindo o índice recomendado.

Cobertura

Desde 2016, a cobertura vacinal tem apresentado uma tendência de queda em todos os imunizantes previstos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). A situação é especialmente preocupante porque a redução na vacinação pode levar a surtos de doenças imunopreveníveis, como sarampo e poliomielite, ameaçando a saúde pública em todo o país.
Apesar das dificuldades internas, o Brasil conseguiu sair do ranking das 20 nações com mais crianças não vacinadas, conforme estudo global divulgado em julho pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Este estudo destacou uma redução significativa no número de crianças não vacinadas com a DTP1 (de 710 mil em 2021 para 103 mil em 2023) e na DTP3 (de 846 mil para 257 mil).

Em Içara, foco é na conscientização

A coordenadora da Atenção Primária à Saúde de Içara, Shirley Gazola, aponta que a procura por vacinação tem diminuído, tanto em campanhas específicas como para a vacinação de rotina. “A procura pela vacinação em campanhas caiu drasticamente nos últimos anos, tanto em crianças como em adultos e idosos. Desde 2016, observamos uma queda nas coberturas vacinais, com uma diminuição ainda mais acentuada após o início da pandemia de covid-19. Em 2023, os números começaram a melhorar, mas ainda precisamos intensificar o trabalho de conscientização,” afirma.

Shirley destaca a importância da busca ativa de faltosos e das campanhas nacionais de vacinação para melhorar as taxas de cobertura. “A busca ativa de faltosos é uma ferramenta importante para melhora das coberturas vacinais, assim como os trabalhos realizados nas escolas, com verificação de carteirinhas e orientações para pais e estudantes. Ações programadas, como campanhas nacionais de vacinação, também contribuem para a divulgação de informações sobre a vacinação”, detalha.

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