No Dia das Mães, a realização de um sonho

Thiago Oliveira

Neste domingo, milhares de mulheres celebram o Dia das Mães com almoços em família, abraços apertados e lembranças que atravessam gerações. Para a enfermeira Vitória Maffezzolli, de 32 anos, será o primeiro. É uma data carregada de significados, marcada por um amor que nasceu antes mesmo da gestação e amadureceu entre esperas, frustrações e a persistência de quem carrega um sonho desde menina. “Desde criança, sempre tive o sonho de ser mãe”, conta Vitória. “Eu lembro da minha mãe dizendo assim: ‘ah, eu quero muito que tu seja freira’. Aí eu dizia, não, eu não quero ser, porque eu quero ter família, eu quero ter filhos”, lembra.

A chegada de Maria Júlia, sua primeira filha, no mês de fevereiro, é a concretização de um desejo profundo — e também a recompensa de um percurso repleto de altos e baixos. “A gente tinha uma expectativa que fosse tudo bem tranquilo, fosse tudo muito fácil. Quando chegou na hora de eu engravidar, dava tudo errado”, lembra. “Teve uma hora que a gente acaba se revoltando. Porque quem tem um sonho de ser mãe, a gente não quer outra história, a gente quer ser mãe”.

Esperança sempre

Mesmo com todas as dificuldades, a esperança não cedeu. A fertilização foi o caminho escolhido para realizar o sonho. Depois de uma tentativa sem sucesso, Vitória decidiu tentar novamente, dessa vez com outro profissional. E foi na segunda tentativa que o milagre se confirmou. “Eu estava aguardando o resultado. Não tive sintoma nenhum, só fome. Fiquei muito ansiosa, porque na outra vez também não tinha tido sintomas e não deu certo. Era seis horas, eu já tava em frente ao laboratório. Quando o exame foi liberado, no primeiro momento eu vi o resultado anterior. Quando eu fui para baixo, vi aquela quantidade, que daí já era considerado positivo. Nossa, é algo assim. Era uma alegria que não sei nem explicar, era algo além”, destaca.

A escolha do nome da filha também não foi por acaso. “Eu sempre dizia que quando eu engravidasse, se soubesse que fosse uma menina, o nome seria Maria Júlia. Seria uma forma de eu poder homenagear”, conta. “Maria é a avó paterna dela e uma tia, que a gente tem um carinho muito grande, e que hoje já é falecida. Júlia é a minha avó, que é a bisavó dela, e também é o nome da minha sobrinha que faleceu”, revela.

Amor que transforma

Desde o positivo no exame até os primeiros choros da bebê, Vitória tem vivido uma mudança profunda em todos os sentidos. “É bem desafiador. É algo que transforma a nossa vida em tudo. Desde quando a gente descobre que está grávida, é algo que já vai mudando. E depois que ela nasceu, a nossa vida parece que a gente olha de outro olhar. Ela é um amor incondicional, é algo que não tem como descrever em palavras. Vai além”, aponta.

Essa transformação, ela explica, não é só emocional — é também espiritual. “Eu lembro que eu tinha um colega que dizia: a gente ama a nossa família, os nossos sobrinhos. Mas quando a gente é mãe, é um amor diferente. É um amor que dói, é um amor diferente. É algo divino. Algo grandioso que vai além”, diz.

No relato de Vitória, fica claro que a maternidade não é só um evento biológico. É a revelação de um vínculo que transcende o cotidiano. “Eu sempre disse que se eu não fosse mãe, se eu não realizasse esse sonho, eu seria uma pessoa muito triste. Muito amargurada, não seria uma pessoa feliz. Porque para mim, nada teria feito sentido na vida, se eu não fosse mãe”.

Uma nova geração de mulheres fortes

Se hoje Vitória descobre uma nova faceta de si mesma ao cuidar da filha, é porque teve, em casa, um exemplo forte de maternidade. A mãe dela, que mora no mesmo prédio, é presença constante e apoio incondicional. “Ela é a nossa fortaleza. Tanto minha quanto da minha família. Hoje eu sou mãe, mas eu sou filha também. É um privilégio eu poder ter minha filha e também ter a minha mãe do meu lado”, destaca.

Nas lembranças da infância, há disciplina, firmeza e muito amor. “A minha mãe, ela sempre foi muito do certo, sabe? Uma pessoa muito brava. Só dela olhar, eu já entendia tudo. Sempre foi. Às vezes eu pensava que em alguns pontos, ela deu uma extrapolada. Mas olhando como mãe, não. Ela não extrapolou, ela fez o certo”, analisa.

Agora, Vitória carrega esse legado com orgulho. “Eu queria pelo menos ser um pouquinho do que ela foi pra mim e eu ser pra Maria Júlia. Uma pessoa que nos ensinou tanto a batalhar na vida, a ser guerreira, a ser honesta, a lutar pelos nossos sonhos”, completa.

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