Criciúma celebra o Dia Nacional do Surdo

Criciúma
Edson Padoin
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ODia Nacional do Surdo foi celebrado nessa quinta-feira em todo o Brasil, e a Escola Municipal Polo de Surdos Professora Maria de Lourdes Carneiro, em Criciúma, organizou uma série de atividades para celebrar a data. Esta foi a 4ª edição do “Dia do Azul” na instituição, que tem se destacado na luta pela inclusão e valorização das pessoas com deficiência auditiva.

A data, instituída pelo Decreto de Lei nº 11.796, de 29 de outubro de 2008, homenageia a criação da primeira Escola de Surdos do Brasil, em 1857, no Rio de Janeiro, atualmente conhecida como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). O Dia Nacional do Surdo relembra a luta contínua da população surda por maior inclusão social e pelo reconhecimento de sua língua, a Libras (Língua Brasileira de Sinais), estabelecida pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002.

A professora bilíngue da escola de Criciúma e diretora de ensino da Associação dos Surdos de Criciúma (ASC), Johana Medeiros, ressaltou a importância do dia. “Nós não queremos trazer em foco a surdez em si, mas sim a pessoa surda. A data é uma oportunidade para destacar seus potenciais e capacidades, que muitas vezes a sociedade desconhece. O mês de setembro é dedicado à visibilidade da comunidade surda, com diversas comemorações”, disse.

IMPORTÂNCIA

Durante o evento, as turmas com alunos surdos apresentaram trabalhos variados, incluindo apresentações teatrais, músicas em Libras e exposições que abordam a diversidade de profissões que pessoas surdas podem desempenhar. Johana enfatizou a necessidade de desmistificar preconceitos: “Muitos ainda acreditam que os surdos não são capazes de desempenhar funções importantes. Contudo, eles provam que, desde que não envolva audição, podem atuar em qualquer área”, detalhou.

Além disso, Johana apontou um crescimento no interesse por aprender Libras, embora ainda não atinja o ideal. “Embora a demanda por cursos de Libras tenha aumentado, ainda estamos longe do que seria desejável. Seria ideal que a procura fosse comparável à do inglês, considerando que encontramos mais surdos do que falantes de inglês em nosso país”.

O evento também foi aberto à comunidade, recebendo escolas e famílias, incluindo alunos do Cedup. Johana destacou a importância de dar visibilidade à Escola Polo. “Muitas pessoas ainda não conhecem esses espaços, onde os surdos são bem acolhidos. O trabalho de conscientização é fundamental para mostrar as potencialidades dos surdos e o ambiente acolhedor que podemos oferecer”.

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