Projeto quer colocar Criciúma na Ocean Race

Tiago Monte

Criciúma

Uma iniciativa da SCBrasil Esporte Náutico quer colocar Criciúma na Ocean Race, a mais antiga e conhecida regata em torno do mundo, com escalas, que se realiza de três em três anos. A próxima edição está prevista para começar em Alicante, na Espanha, em 2027. Até lá, o CEO da empresa Adilson Pacheco, quer sensibilizar o empresariado e a comunidade de Criciúma a abraçarem o projeto do barco carvoeiro na regata. “Existe todo um cronograma e projeto. Nós temos uma ideia que se chama Criciúma City e estamos buscando sensibilizar o empresariado e a comunidade a participar do Ocean Race. Feito isso, nós também estamos com outros grupos buscando parcerias. Mas o primordial de tudo é a sensibilização, porque nós sabemos que fazer publicidade está caro. Agora, imagina a tua marca no contexto mundial sendo vista por três bilhões de pessoas, ao longo de oito meses, em oito países diferentes?”, questiona o empresário, que também é jornalista.

Um dos objetivos do programa é posicionar Criciúma como um polo de inovação, cultura e imagem mundial. “Nós estamos firmemente focados no Criciúma City, no sentido de sensibilizar a comunidade de Criciúma. Eu estive em um seminário da Acic e o empresariado falava que a grande dificuldade, hoje, que tem em Criciúma é apresentar o seu produto lá fora. Então, eu estou na cidade certa. A Volvo mundial usava a Ocean Race como marketing promocional. Se a Volvo usa, imagina nós, de Criciúma, com 230 mil habitantes, expondo a imagem da cidade no contexto mundial”, explica Pacheco.

Adilson destaca que a participação na Ocean Race fará com que Criciúma aumente o poder de captação de novas empresas. “A cidade vai ganhar visibilidade mundial. Quando se entra na Ocean Race, não se entra na regata, se entra no case de negócio. Onde as principais empresas mundiais estão envolvidas, tanto que ela é chamada de ‘Fórmula 1 das velas’. Em cima disso, a gente quer pegar a cidade e apresentar mundialmente”, comenta.

Custo do barco é de 50 milhões de reais

Após a sensibilização da comunidade, Adilson focará na busca de recursos para a construção do veículo. “O barco, hoje, custa na ordem de 50 milhões, mas vai trazer para Criciúma mais de um bilhão de reais de retorno. Esse que é o grande gancho”, enfatiza o empresário.

Adilson usa a cidade de Itajaí como exemplo. “Itajaí, para ter pra ter uma parada da Ocean Race, investiu na ordem de 11 milhões. Em 25 dias abocanhou 85 milhões, diretamente, dos quais seis milhões foram de ICMS. Mas, ao mesmo tempo, em termos de atração de empresas, foi mais de três bilhões”, pontua.

Além da questão comercial, a Ocean Race também possui iniciativas que incentivam a preservação do meio ambiente. “A Ocean Race envolve trabalhos na área de sustentabilidade. Eles têm programas de preservação do meio ambiente. Tanto que fizeram agora um documento que foi entregue na ONU, para dar diretrizes de como preservar o meio ambiente”, enfatiza Adilson.

Vivência no mundo náutico através da profissão

Em 2010, Adilson chegou a Itajaí para trabalhar em um jornal local. Foi ali que ele começou a ter familiaridade com o mundo náutico. “Em 2010, Itajaí recebia a Volvo Ocean Race Eu sou de Criciúma e cheguei lá em fevereiro. Em março, fui cobrir essa regata e eu nunca tinha tido contato com barcos. Máximo que eu entrei foi em canoa. Sim. E daí entramos em cabeça. Trabalhei ao longo de dez anos cobrindo a Ocean Race”, comenta.

Adilson destaca que o barco de Torben Grael o motivou a ter a ideia de criar o barco criciumense. “Tive a oportunidade de estar várias vezes na Europa cobrindo a regata. Quando eu estava na Espanha, em 2015, em uma série da Ocean Race, olhei o barco Brasil 1, que foi primeiro barco brasileiro a participar da regata, em 2005 e 2006, capitaneado pelo Torben Grael. Aí eu me perguntei, por que não entrar nesse projeto de barco? A última vez que eu estive aqui em Alicante, na Espanha, onde acontece a largada da prova, gostei tanto do negócio que criei o portal Regata News. Pensei: ‘um barco é muito grande, mas vamos’”, lembra.

A partir daí, o jornalista mergulhou no universo das águas.“Então, criei a empresa SCBrasil Esporte Náutico e inscrevemos o Brasil na Ocean Race e assim foi caminhando, só que a pandemia atrapalhou. Não conseguimos concluir o barco, mas dos 21 barcos participantes, apenas 11 conseguiram concluir o programa. Isso, para nós, foi uma maravilha, porque se justificava: se a China não conseguiu, imagina nós?”, lembra.

Adilson garante que o prefeito eleito de Criciúma, Vaguinho Espíndola (PSD) é um dos adeptos da ideia do barco. “Eu fomentei o turismo, na região, por dois anos, mas parou. Então fui para Itajaí, e, de repente, veio essa oportunidade de fazer um barco brasileiro na Ocean Race. O é negócio pujante, tanto que já conversei com o prefeito eleito, Vaguinho, e ele adorou a ideia, para colocar Criciúma no mapa do turismo”, diz.

O empresário justifica que o barco dará grande visibilidade à cidade. “Enquanto uma parada vende uma cidade durante 25 dias, o barco vende a cidade durante oito meses. O Torben Grael foi campeão, em uma Ocean Race, em 2007 e 2008. O barco era o Ericsson. Passados 18 anos, quando se fala que o Torben Grael foi campeão em uma regata, se pergunta: “qual barco?” Era o Ericsson. Quero sentar com o marketing da Ericsson para saber se ainda dá retorno? Obviamente que dá. Pegamos Criciúma com o potencial turístico e econômico que tem, uma região pujante. Imagina tudo isto exposto pra três bilhões de pessoas, ao longo de oito meses?”, finaliza.

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