Tiago Monte
Criciúma
O camisa 23 do Criciúma deixará os gramados no sábado. O confronto contra o Atlético-MG, no Majestoso, será o último de Éder como jogador profissional. O jogador, em entrevista coletiva confirmou a retirada, na manhã de ontem, em entrevista coletiva concedida na Sala de Imprensa Clésio Búrigo, no estádio Heriberto Hülse.
Entretanto, Éder ainda não confirmou que será superintendente de futebol do clube. Ele admite que o convite foi feito e o anúncio parece depender apenas de tempo para que o atleta encerre, de fato, a carreira em campo. “Eu ter tomado a decisão da minha despedida, não tem nada a ver com essa parte de um convite do clube para eu permanecer. Não foi essa minha decisão. Desde o jogo do Botafogo, eu venho falando com o presidente. Depois, o presidente me fez um convite para seguir no clube e eu falei que, primeiramente, tenho que me concentrar e pensar no Éder jogador. Nessa semana. Depois do jogo, a gente volta a conversar, com calma”, pontua Éder. “O que vem depois, não foi o que me fez tomar essa decisão. Foi por não conseguir chegar mais aos jogos como eu gostaria”, completa.
Éder garante que não chegou a conversar ainda com o presidente do Criciúma, Vilmar Guedes, sobre as funções que poderá exercer. O atleta mantém o profissionalismo e prefere focar apenas na partida contra o Atlético-MG. “Hoje (Ontem), eu não sei dar a resposta, porque a gente não chegou nem a conversar sobre isso. Sobre funções. Teve o convite muito legal para ser superintendente e eu agradeço muito ao presidente, mas, nessa semana, é o Éder jogador, que tem que treinar bem e fazer os sacrifícios que eu já vinha fazendo para chegar bem aos jogos. Isso é o mais importante”, garante o camisa 23.
O jogador, entretanto, chega a citar jogadores de outros clubes que permaneceram em funções diretivas, o que leva a crer que o anúncio oficial da permanência seja apenas uma questão de tempo mesmo. “Depois (do jogo de sábado), junto ao presidente, a gente volta a conversar sobre esse grande convite e eu só tenho a agradecer. É um grande passo. Jogadores como Fred, no Fluminense, Victor, no Atlético Mineiro, aposentaram e ficaram. Vendo a minha carreira, começando e terminando aqui e tendo a possibilidade de ficar, é muito legal. Só tenho a agradecer ao presidente e à diretoria por essa confiança”, enfatiza Éder.
Um filme com final feliz e coração tranquilo
Éder garante que a carreira dele é um “filme com final feliz”. Relembrando o começo, quando morava no estádio Heriberto Hülse, a passagem pelo futebol italiano, pela China e o retorno ao São Paulo, antes de concluir a missão no Tigre, o jogador garante estar com o “coração tranquilo”. “O filme não poderia ser melhor. Saí daqui com 17 anos, um menino, e tive dificuldades na Itália. O Éder não começou em um grande clube. Tive que jogar Série A e B lá, me consolidar e fazer quase 150 jogos com a Sampdoria, onde foi um dos meus melhores períodos. Cheguei até a Seleção Italiana e, ao ápice, na Inter de Milão. Fui para a China, consegui ser campeão lá e voltei ao São Paulo também como campeão. O fim está sendo aqui e não poderia ser melhor: fechar em casa, ao lado da minha família. O final do filme é feliz”, comenta. “Com muito sacrifício e batalha, fiz uma carreira em que consegui tudo o que queria fazer. Olhando para trás, fico com o coração tranquilo. E ainda consigo encerrar aqui em casa. Cada vez que eu passo embaixo da arquibancada, passa um filme. Pode parecer repetitivo, mas é um sonho e eu nunca poderia imaginar que isso estaria acontecendo aqui, hoje (ontem)”, completa.
Para Éder, o segredo do sucesso está na família. “Olhando um pouco para toda a trajetória, eu só tenho que agradecer a Deus, à minha família, que esteve comigo em todos os momentos, e a todos os clubes que eu passei. Olhando um filme sobre a minha carreira: não poderia ser melhor. Comecei aqui com as dificuldades de um jovem querendo ser atleta profissional. Aqui no Criciúma, eu consegui. Girei muito: foram 13 ou 14 anos fora do Brasil para, hoje, o filme estar encerrando da melhor maneira possível”, diz.
O atleta agradece, em especial, à esposa, pais e irmãs. Ele justifica a ausência de todos, na Sala de Imprensa, ontem, pois iria “se emocionar muito”. “A família não está presente porque eu iria me emocionar muito. Comuniquei a todos no final de semana. São pessoas que sempre estiveram ao meu lado. A família é fundamental para o atleta performar. Isso, na minha carreira, eu coloco em primeiro lugar. Se você tem uma esposa, como a que eu tenho: por 20 anos se mantendo do meu lado, não importando o time e o lugar, fazia de tudo para que eu só pensasse em jogar. Assim foi meu pai, minha mãe e minhas irmãs. Passei muita dificuldade na Itália, no começo, em times que eu não dava certo, mas eles sempre tiveram comigo. Ao meu lado. A família é a base de tudo e isso fez o Éder chegar ao nível mais alto da carreira. Esse é um conselho que eu deixo ao meninos da base”, conta.
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