De vila operária a polo econômico: Içara comemora os 63 anos

Içara
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Hoje o município de Içara celebra 63 anos de sua emancipação política-administrativa, consolidando-se como um importante polo econômico e turístico da região. Desde seus primórdios, a cidade foi moldada por influências de diferentes culturas, passando por várias fases de crescimento e transformação. De uma pequena vila operária ligada à mineração de carvão até se tornar um dos municípios mais dinâmicos do estado, Içara é um exemplo de resiliência e desenvolvimento.

A história de Içara remonta ao final do século XVIII, quando os primeiros habitantes não-indígenas chegaram à região. De origem portuguesa, esses pioneiros começaram a se estabelecer nas localidades de Urussanga Velha e Lagoa dos Esteves, em pequenas casas, e logo começaram a interagir com as culturas locais, incluindo italianos, açorianos, africanos e poloneses. Essas influências étnicas se refletem até hoje na cultura e nos costumes da cidade.

A região de Urussanga Velha, que foi a principal vila do território, foi incorporada ao município de Criciúma quando este se emancipou em 1926. Em 8 de março de 1933, o distrito de São Sebastião foi criado, mas sua história viria a ter uma reviravolta com a mudança de nome para Aliatar, em 1938. A escolha do novo nome foi uma homenagem ao piloto brasileiro Aliatar Martins, que morreu em um acidente aéreo na Lagoa dos Esteves, em 1920. O fato, que ganhou repercussão internacional, foi marcado pela tentativa frustrada de um hidroavião de conectar o Rio de Janeiro a Buenos Aires.

Impulso para o desenvolvimento

O grande impulso para o desenvolvimento de Içara veio com a construção da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, inaugurada em 18 de janeiro de 1919. A estação ferroviária, localizada no km 47, nas proximidades de Criciúma, deu origem a uma pequena vila, inicialmente chamada de “Km 47” pelos operários da ferrovia. A presença de uma grande quantidade de palmeiras conhecidas como “jiçara” ou “içaroba” inspirou o nome do povoado, que logo se tornaria o centro econômico de uma região que vivia intensamente da mineração de carvão.

A atividade carbonífera foi o motor econômico de Içara por muitas décadas, gerando empregos e consolidando a cidade como um polo industrial. O crescimento da cidade foi tão expressivo que, em 31 de dezembro de 1943, o distrito de Aliatar foi oficialmente renomeado para Içara, por meio do decreto-lei estadual nº 941. A partir deste momento, a cidade começou a ganhar uma identidade própria, mais conectada à sua economia industrial e à produção de carvão, e a atração de novas vilas operárias, como a Vila da Mineração Geral do Brasil, hoje Bairro Aurora.

Criação da lei

A busca por autonomia e a vontade de se distanciar administrativamente de Criciúma culminaram na criação do município de Içara. Em 20 de dezembro de 1961, a Lei Estadual nº 796 decretou a emancipação de Içara, que foi oficialmente instalada em 30 de dezembro do mesmo ano. Ascendino Pavei, nomeado pelo governador Celso Ramos, foi o primeiro prefeito da cidade. Em 7 de outubro de 1962, o município realizou sua primeira eleição municipal, e Ângelo Lodetti foi eleito para o cargo de prefeito.

Capital do Mel e referência econômica

Passados 63 anos de sua emancipação, Içara é um município com um forte setor industrial, que abrange indústrias metalmecânicas, cerâmicas, têxteis, supermercadistas, plásticos e descartáveis, além de um setor carbonífero ainda relevante e um agronegócio crescente. A localização estratégica, cortada pela BR-101, garante ao município um grande potencial de crescimento econômico e logístico, o que tem atraído novos investimentos e consolidado Içara como um polo de inovação e desenvolvimento.

Outro grande destaque da cidade é o turismo religioso. A Basílica Santuário do Sagrado Coração Misericordioso de Jesus, localizado em Segunda Linha, tornou-se um importante ponto de peregrinação para fiéis de todo o Brasil. A construção ajudou a consolidar Içara como um destino de turismo religioso, movimentando a economia local e promovendo um intercâmbio cultural e espiritual com visitantes de diversas partes.

A cidade também ganhou notoriedade com o título de “Capital do Mel”, graças à produção de alta qualidade que se destaca no mercado nacional. A apicultura é um dos principais setores da agricultura local, com programas de incentivo e capacitação para os apicultores da região.

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