Caravaggio faz história, vence o Tigre e deixa a zona de rebaixamento

Thiago Oliveira

Criciúma

O técnico do Caravaggio, Luís Carlos Cruz, já tinha dado o recado. No futebol, ninguém vence na véspera. O Criciúma martelou, martelou, mas no fim, foi o Azulão quem fez história em pleno Heriberto Hülse. O time de Nova Veneza venceu o Tigre de virada, por 2 a 1, e deixou a zona de rebaixamento do Campeonato Catarinense.

Em campo, o Criciúma teve tanto volume de jogo na primeira etapa, que o resultado mais justo seria uma goleada. O gol saiu apenas aos 26 minutos, com Rodrigo, mas parou por aí. Já o Caravaggio foi cirúrgico. Empatou com Henik, de pênalti, e virou no início da segunda etapa, com Gênesis. Com o resultado na mão, soube se defender e conquistou a primeira vitória sobre o Criciúma.

Com o resultado, o Caravaggio chegou aos nove pontos e passou o Barra nos critérios de desempate, deixando a zona de rebaixamento. Já o Tigre, que buscava recuperar a liderança, caiu para a terceira posição devido às vitórias do Santa Catarina em cima do Brusque, e do Avaí diante do Concórdia. O time ainda pode perder mais um posto na tabela, caso o Figueirense vença a Chapecoense nesta quinta-feira, mas ainda tem um jogo a menos em relação aos adversários.

O Criciúma volta a campo no sábado, em Itajaí, diante do Marcílio Dias. Já o Caravaggio tem mais uma decisão fora de casa, dessa vez diante do Figueirense, no Orlando Scarpelli.

Ataque contra defesa

Os primeiros 45 minutos foram, em sua maioria, um exercício de ataque contra defesa. Desde o minuto inicial, o Criciúma girava a bola e criava chances. A primeira veio com Neto Pessoa. Ele subiu de cabeça depois do cruzamento de Marcelo Hermes, mas tocou para fora.

A primeira grande chance veio logo aos quatro minutos, depois de uma tabela entre Juninho e Fellipe Mateus. O reforço do Tigre tocou para o veterano que devolveu de calcanhar para o camisa 23 que invadiu a área, mas bateu mal.

O Criciúma marcava a saída de bola do Azulão, que contava com Renan para tentar criar algo. Mas faltava aproximação dos companheiros.

O Tigre seguia empilhando chances. Aos 11, Talisson pegou a bola na entrada da área pelo lado esquerdo, mas bateu para fora. Três minutos depois, Morelli, sozinho, arriscou de longe, mas chutou por cima do Colegião.

O Caravaggio só foi finalizar pela primeira vez aos 15 minutos com Renan. O camisa 10 recebeu o lançamento do goleiro Arthur, se aproximou da área na jogada individual, mas bateu fraco, sem perigo para Caíque.

Já o Criciúma seguia perdendo gols. Fellipe Mateus também teve chance sozinho na área, mas faltou pontaria. E aos 24, no contra-ataque pela esquerda, Talisson passou pela defesa, mas cara a cara com o goleiro, bateu fraco, parando em Arthur.

De tanto insistir, o gol saiu aos 26 minutos. No escanteio batido por Marcelo Hermes, o capitão Rodrigo se antecipou à defesa do Caravaggio e cabeceou para abrir o placar.

Azulão deixa tudo igual

Com o 1 a 0 no placar, o torcedor do Criciúma achava que a goleada era apenas questão de tempo, já que o time seguia criando. E errando.

Aos 35, Neto Pessoa iniciou a jogada que parou na defesa. Na sobra, Juninho ajeitou para o próprio Pessoa, mas o camisa 9 soltou uma bomba para fora.

E quando o Caravaggio finalmente teve espaço para trabalhar a bola, ganhou um pênalti. No cruzamento para a área, a bola bateu no braço de Luciano Castán e o árbitro marcou. Fernando Portel pegou a bola, mas deixou para o capitão Henik, prata do Majestoso, que reencontrava o ex-clube. E o volante fez valer a lei do ex.Ele bateu forte, no canto, e deixou tudo igual.

Talisson perdeu mais um gol aos 45 minutos, quando recebeu lançamento de Rodrigo, mas parou no goleiro Arthur. E nos acréscimos, por pouco que o torcedor do Caravaggio não fez a festa mais uma vez.

Portel recebeu livre e invadiu a área. Se não fosse Caíque, que fez uma grande defesa, o Caravaggio iria para o intervalo em vantagem.

Virada e mudança no jogo

O segundo tempo começou acelerado. Logo aos 10 segundos, o Criciúma chegou com Neto Pessoa que bateu para fora. Mas quem esperava o mesmo domínio do primeiro tempo, quebrou a cara.

O Caravaggio já se mostrava mais a vontade em campo. E deixou bem claro aos dois minutos. O cruzamento pela direita obrigou Caíque a tirar de soco. No rebote, Jessé ganhou a dividida de Juninho e deixou para Gênesis, que dominou, girou e bateu sem chances, virando o placar no Majestoso.

O gol atingiu o Criciúma, que não conseguia criar com a mesma qualidade. Já o Caravaggio se defendia bem e ainda ganhava espaço para atacar.

O Tigre só foi arriscar de novo aos 14 minutos, com Luciano Castán, que soltou uma bomba por cima. Mas quem assustou foi o Caravaggio. No contra-ataque em velocidade, Elyson driblou o goleiro Caíque, mas parou em Castán.

Expulsões e pressão

O tempo passava e tanto a torcida quanto os jogadores do Criciúma começavam a ficar impacientes. Tanto, que o Tigre se jogava para o ataque e deixava o campo livre para o Caravaggio explorar o contra-ataque. Em um deles, Elyson só não fez, porque o assistente marcou o impedimento.

Quando conseguiu trabalhar a bola, o Criciúma assustou. Juninho tabelou e achou o espaço, mas na hora de bater a gol, chutou fraco, no meio.

Aos 28 minutos, um lance de craque de Juninho. O camisa 23 invadiu a área e driblou três marcadores, mas na hora do chute, bateu em cima de Arthur.

E o jogo, que estava tranquilo para a arbitragem, pegou fogo aos 33 minutos. O zagueiro Jessé, que já tinha um cartão amarelo, fez cera na hora de ser substituído e acabou recebendo o vermelho. Como o jogador do Caravaggio demorava a sair, o goleiro Caíque agarrou o adversário para tirá-lo de campo, e também acabou expulso.

Com 10 jogadores para cada lado, os dois times tinham mais espaço. Melhor para o Criciúma, que se jogava em busca do gol. Mas faltava organização. E nem mesmo os 9 minutos de acréscimo fizeram diferença.

No fim, vitória e festa da torcida do Caravaggio. Já os carvoeiros aplaudiam os adversários, e gritavam “vergonha” para os jogadores do Criciúma.

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