O artesanato como terapia alternativa

Criciúma
Alexandra Cavaler
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Na busca por uma terapia alternativa, Zaira De Luca Zappelini encontrou na cerâmica algo muito mais forte. Apreciadora dos trabalhos manuais, após o contato com o referido artesanato, iniciou a faculdade de artes plásticas, em Criciúma. Ela conta um pouco sobre essa paixão que a levou a outros estados e países para aperfeiçoar as técnicas que emprega em suas peças e nas oficinas que ministra. “Meu contato com a cerâmica acontece há 50 anos, quando conheci a mesma como uma terapia alternativa. Sempre gostei de artes e artesanato, trabalhos manuais como crochê, tricô, pintura. E após esse contato, direcionei-me para a faculdade de artes plásticas, em Criciúma”, contou Zaira, revelando que durante a graduação, uma das disciplinas era cerâmica e como ela já possuía uma afinidade com a argila, resolveu aprofundar no tema. “Lembro-me que vi um cartaz na faculdade que falava sobre um workshop em Campinas, São Paulo, sobre cerâmica. Mesmo sozinha, decidi ir ao evento e lá conheci a sensei Jaci Takai, uma professora japonesa que possuía ateliê na capital paulista. Inclusive, por intermédio dela que saíram renomes da cerâmica nacional e mundial”, esclareceu.

Premiação

A artista lembra que foi em São Paulo que iniciou a vida profissional e por 15 anos fez esse trajeto, Criciúma/São Paulo/Criciúma, produzindo peças para diversos locais, como hotéis, esculturas para hall de entrada e participando de exposições nacionais e internacionais. “Inclusive, uma escultura minha, de São Francisco, foi premiada em uma exposição em Imari, no Japão. Além disso, com a experiência adquirida, lecionei cursos em São Paulo no ateliê Jaci Takai. Já em 1991, tive a oportunidade de ir ao Japão para conhecer o trabalho dos ceramistas, as queimas, esmaltes, fórmulas, costumes. Pude estar de perto com os ceramistas, viver a realidade deles. Para isso, precisei aprender japonês e percebi que era aquilo que eu desejava para minha vida, viver da cerâmica e transmitir minha arte, meus sentimentos, através dela. Lembro bem de um momento no qual os senseis me questionavam sobre o que eu sentia quando estava fazendo as esculturas. Foi aí que eu percebi o quanto minhas obras falam sobre mim, como elas transmitem aquilo que eu sinto”, contou Zaira, se referindo a uma escultura marcante que produziu e que está no Japão até hoje: foi uma mulher chorando abraçada em uma pedra de quartzo rosa, nomeada de “Melancolia”, em meados de 1993.

Da queima milenar japonesa às oficinas

Em Criciúma, Zaira também ministra oficinas e aponta a sua sensei como uma das suas grandes incentivadoras. “Após voltar do Japão, ela disse que era a hora de eu abrir meu próprio ateliê em Criciúma. No início, as peças de São Francisco eram as esculturas principais feitas. Daí, as pessoas me questionavam muito como era a produção das peças, e mesmo aqueles que trabalhavam com a indústria cerâmica, desconheciam a queima milenar japonesa. Assim, a aproximadamente 40 anos, decidi abrir turmas para transmitir os conhecimentos. Com desejo de transmitir seus sentimentos, criar decorações para casa, os alunos são orientados e criam aquilo que desejam, como, por exemplo, os utilitários”, explicou a artista plástica.

Para participar das oficinas, os interessados devem entrar em contato pelo whatsapp 48 99912-4411. As aulas acontecem nas segundas, terças e quartas à tarde, com número reduzido de participantes (máximo seis pessoas) para garantir a atenção que todos merecem, de acordo com Zaira. A idade para iniciar é de 5 anos. Informações também podem ser obtidas pro meio das redes sociais: @atelier.zairadeluca.

Exposições e feiras

Hoje, Zaira ainda participa de feiras, mas com menor frequência que o fazia no início da carreira. Ela também recorda a quantidade de peças já produzidas. “Ainda participo de feiras, mas com menos frequência do que no início da carreira. Mas quem tiver interesse em adquirir as peças é só entrar em contato comigo pelo mesmo contato anunciado para participar das oficinas. Já a resposta para o número de peças que eu produzi ao longo destes 50 anos, é difícil ter exatidão, mas penso que ultrapassaram milhares, entre esculturas, paineis, utilitários, louças, panelas, vasos, luminárias, entre outros. Enfim, em meu ateliê há diversas peças para conhecer, adquirir e se inspirar”, concluiu a artista.

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