Ampliação do rotativo gera reclamações em Criciúma

Criciúma
Edson Padoin
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A ampliação do sistema de estacionamento rotativo na área central de Criciúma está gerando forte mobilização e insatisfação entre os moradores dos bairros Comerciário e Pio Corrêa. A ampliação das vagas, que abrange 46 ruas, incluindo vias desses dois bairros, estava prevista desde 2021, mas a execução da segunda fase do projeto tem gerado polêmica.

Os moradores do bairro Comerciário, como a presidente da Associação de Moradores, Fátima Guimarães, expressaram seu descontentamento. Fátima destacou que as ruas afetadas pelo aumento do rotativo, como as ruas Treze de Maio, Artur Souza e Henrique Chenaud, são majoritariamente residenciais e têm poucos comércios. “A comunidade do bairro Comerciário está insatisfeita porque as ruas que serão colocadas sob a cobrança de estacionamento rotativo são ruas de moradores antigos que não têm vaga de garagem, e que não apresentam grande fluxo de comércio”, afirmou Fátima.

Sem diálogo

A presidente também questionou a falta de comunicação com a comunidade local, argumentando que muitos moradores do bairro não estavam cientes das mudanças até a instalação das placas. “A maioria das pessoas não sabia dessa alteração, a audiência pública foi realizada, mas a participação aqui foi mínima. Agora, estamos enfrentando uma grande dor de cabeça, pois muitas pessoas têm compromissos e dificuldades para participar das reuniões que estão sendo programadas”, disse.

Fátima enfatizou que é necessário abrir um canal direto com a Prefeitura para discutir a situação, uma vez que as novas regras impactam diretamente a rotina dos moradores, que dependem das ruas para estacionar seus veículos, especialmente aqueles que não têm garagem. A associação agora busca uma conversa com o prefeito para tentar reverter ou modificar a aplicação do rotativo em algumas ruas, principalmente aquelas com pouca circulação comercial.

Audiência será realizada em março

Ontem, a Câmara de Vereadores de Criciúma aprovou a realização de uma nova audiência pública para o dia 27 de março. “Tivemos uma reunião hoje [ontem] com os moradores do bairro Pio Corrêa e decidimos que vamos esperar essa audiência para participar da decisão junto com os vereadores e demais munícipes. Aqui no bairro entendemos que existe espaço pro rotativo, mas em ruas em que existem comércio e clínicas. Como foi determinado nós não concordamos”, detalhou o membro da Associação de Moradores do bairro Pio Corrêa, Renan Búrigo.

“Cumprindo o que foi determinado”

O diretor da Diretoria de Trânsito e Transporte (DTT) de Criciúma, Frank Bez Fontana, defendeu a medida, destacando que a implementação segue o contrato firmado em 2021, após a licitação realizada naquele ano. “Na verdade, estamos dando início à segunda etapa prevista no processo de licitação do rotativo. A primeira etapa já foi instalada em outubro de 2022, e agora estamos cumprindo o que foi determinado”, explicou Fontana. Ele ressaltou ainda que a licitação, que incluiu as ruas que estão sendo agora contempladas, já havia sido discutida em uma audiência pública em 2021, quando a comunidade foi informada sobre a ampliação.

Mobilidade

De acordo com ele, a ampliação visa garantir a mobilidade urbana e a rotatividade de veículos, uma vez que, com a implantação do sistema no centro da cidade, motoristas costumam procurar vagas nas ruas adjacentes.

“A gente sabia que quando implantasse na região central teriam as rotas de fuga e as pessoas iriam procurar as ruas próximas que não teriam cobrança. Com isso, os comércios que estão nessa região estão sendo afetados, como também os moradores de algumas ruas que não conseguem nem chegar para estacionar o seu veículo para almoçar, justamente porque já está lotado com veículos que fugiram da onde tem o rotativo”, completou o diretor.

Início

A segunda fase da implementação do estacionamento rotativo, que inclui mais de 1.800 vagas, está prevista para começar a gerar cobrança a partir de 3 de março. Fontana enfatizou que a decisão da Prefeitura foi baseada no cumprimento de um contrato, evitando quebras contratuais que poderiam resultar em ações judiciais e pedidos de indenização.

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