Da colônia imperial a município catarinense

Orleans
Edson Padoin
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A história de Orleans é marcada por um início imperial e um desenvolvimento contínuo que moldou a cidade ao longo dos anos. Fundada por um legado de colonização e planejamento estratégico, Orleans se destaca como um exemplo notável de como a história pode influenciar o crescimento e a identidade de um município.

Tudo começou com o casamento da Princesa Isabel e do Conde d´Eu, ocorrido em 15 de outubro de 1864. Para celebrar a união, o Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Teresa Cristina decidiram doar uma vasta quantidade de terras, inicialmente localizadas entre os estados de Santa Catarina e Sergipe. A determinação oficial para essas terras foi formalizada em 17 de outubro de 1870. Uma comissão foi formada para escolher e demarcar uma área adequada, resultando na seleção de um pedaço que se estendia entre os rios Tubarão e Braço do Norte.

FUNDAÇÃO

Em 1881, o trabalho começou para medir e preparar a área que viria a se tornar a Colônia Grão-Pará. A escolha do local foi influenciada pela presença de carvão mineral e pelos planos para a construção de uma estrada de ferro ao longo do Rio Tubarão. A decisão final sobre o local específico e o nome da nova colônia ocorreu em 26 de dezembro de 1884, durante uma visita do Conde d´Eu. Ao inspecionar o local, o Conde declarou: “Aqui nascerá uma cidade com o nome de Orleans”, em homenagem à sua nobre família francesa.

A fundação da cidade de Orleans em 1885 foi marcada pela abertura de ruas, a venda dos primeiros lotes e a construção de uma capela. O planejamento urbano da cidade foi inovador para a época, com avenidas largas como XV de Novembro e Antônio da Silva Cascaes, projetadas para suportar o tráfego intenso que viria a ocorrer mais de um século depois.

Criação do distrito e emancipação

A cidade evoluiu rapidamente após a criação do Distrito de Orleans do Sul pela Lei Provincial nº 1218 em 2 de outubro de 1888. A partir desse momento, Orleans deixou de ser uma colônia para se tornar um distrito com uma administração local mais ampla. Esse período também viu a instalação de indústrias pioneiras e a chegada dos primeiros moradores, principalmente trabalhadores da estrada de ferro e comerciantes.

Em 30 de agosto de 1913, a cidade de Orleans foi oficialmente elevada à categoria de município pela Lei Estadual nº 981. O novo município incluía os distritos de Lauro Müller, Grão-Pará e Palmeiras, com uma área de 1.124 km². No entanto, com o passar dos anos, Orleans passou por diversas mudanças territoriais. Em 1943, o Decreto Lei nº 941 alterou a grafia para “Orleães”, mas a nomeação original foi restaurada em 1970 a pedido do Príncipe Dom Pedro de Orleans e Bragança.

DESMEMBRAMENTO

Durante a década de 1950 e 1960, Orleans passou por um processo de desmembramento com a emancipação de vários distritos, incluindo Lauro Müller, Grão-Pará e São Ludgero, resultando na formação de novos municípios. Hoje, Orleans possui uma área remanescente de aproximadamente 600 km² e uma população que reflete a herança de sua fundação imperial e colonizadora.

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