(Vídeo) Céu encoberto por fumaça e saúde exposta a poluentes

Criciúma
Alexandra Cavaler
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As queimadas, além de causar danos ao meio ambiente, têm um impacto significativo na saúde pública e condição climática. Em vários municípios de Santa Catarina, por exemplo, é possível observar a fumaça, que vem de queimadas no Norte do Brasil e também nos estados do Centro-Oeste e Sudeste. Isso acontece, de acordo com os técnicos da Epagri/Ciram, devido à circulação de ventos de direção norte que contribuem para o transporte da mesma em direção ao Sul do Brasil.

PROPORÇÕES

De acordo com Marilene de Lima, meteorologista, além do vento, a presença de uma massa de ar quente e seco em grande parte do Brasil, favorece as altas temperaturas e a umidade do ar muito baixa, tornando-se mais um agravante para a maior concentração desta fumaça na atmosfera.

“As mudanças climáticas estão fazendo com que eventos extremos (chuva, estiagem, calor, frio) fiquem cada vez mais extremos e ocorram com mais frequência. A fumaça está associada a incêndios que ganham mais proporção devido à condição de estiagem e calor forte. E neste ano passamos de uma condição de El Niño para neutralidade* desde abril e, com maior influência no final de outono e no inverno uma massa de ar seco e quente se instalou sobre o centro do Brasil mantendo o tempo firme e inibindo a condição de chuva”, explica Marilene.

*A neutralidade climática é o equilíbrio entre as emissões e a absorção de gases de efeito estufa (GEE), de modo que as emissões líquidas sejam nulas. Isso significa que as emissões de GEE serão iguais ou menores que a remoção feita por florestas e oceanos.

Céu esbranquiçado é resultado da fumaça que encobre os municípios da região – Foto: Divulgação

Epagri emite comunicado e alerta

Ela também ressalta que a atuação dessa massa de ar seco e quente deixou a vegetação seca e a condição foi favorável à ocorrência de incêndio. “Desde o dia 8 de agosto, a área dos focos de incêndio aumentou significativamente no Norte, no Centro Oeste e no Sudeste do Brasil, devido a queimadas criminosas ou que fugiram ao controle e tomaram grandes proporções. Enquanto isso, aqui na região Sul, a condição de incêndio foi menor devido à passagem de frentes frias que, mesmo com intervalos de sete ou 10 dias de estiagem, mantiveram a umidade do ar mais elevada. Mas ainda assim, a fumaça e parte da fuligem geradas nos incêndios das outras regiões seguem chegando ao nosso estado e só devem cessar quando mudar o padrão de circulação atmosférica, e isso vai acontecer no decorrer da primavera”, revelou a profissional.

FRENTE FRIA

Por meio de comunicado, a Epagri/Ciram ainda informou que uma mudança no padrão de ventos ou a chegada de chuvas mais intensas são condições necessárias para inibir o transporte de fumaça para Santa Catarina, o que pode ocorrer na sexta-feira, dia 13, com a passagem de uma nova frente fria.

O documento ainda diz que se a densa camada de fumaça traz um nascer e pôr do sol em tons laranja/vermelho, “como muitos devem ter presenciado no final de semana, também afeta perigosamente a qualidade do ar, que algumas vezes já é considerada crítica em regiões como as carboníferas. A fumaça pode causar desde um desconforto, como ardência nos olhos e garganta seca, como agravar problemas respiratórios, principalmente em pessoas vulneráveis a esta condição”.

Veja, abaixo, um vídeo do perfil @chartmaps que explica melhor a situação:

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