Dia do Coração: projeto busca a prevenção de doenças cardiovasculares

Morro da Fumaça
Edson Padoin
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O Dia Mundial do Coração foi lembrado ontem, uma data instituída em 2000 pela World Heart Federation para conscientizar a população sobre os riscos e prevenção de doenças cardiovasculares. No Brasil, os números são alarmantes: de acordo com o Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a cada 90 segundos, uma pessoa morre vítima de uma doença cardiovascular, a principal causa de mortalidade no país. Anualmente, 400 mil brasileiros perdem a vida em decorrência dessas enfermidades. Dentro desse cenário preocupante, Morro da Fumaça se destaca devido a um projeto inédito de monitoramento cardíaco que busca prevenir futuros problemas de saúde na população: Coração do Futuro.

Lançado em 2022, o projeto é uma iniciativa da Secretaria de Saúde de Morro da Fumaça e tem como foco monitorar a saúde cardiovascular de todos os residentes do município com mais de 40 anos. O projeto oferece consultas e exames gratuitos com cardiologistas, além de estudos detalhados sobre o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas.

Pioneirismo

A secretária de saúde de Morro da Fumaça, Lucelane Luciano de Souza Antunes, destaca a importância do projeto para o município e para o sistema público de saúde. “Esta é uma iniciativa pioneira do governo municipal, que tem como objetivo melhorar a prevenção de doenças cardíacas. O projeto é inovador ao oferecer, de maneira gratuita, consultas com cardiologistas e exames de prevenção, como o Escore de Cálcio Coronariano e a medida residencial da pressão arterial (MRPA). Após os exames, realizamos um estudo detalhado da situação cardiovascular dos pacientes para identificar tratamentos preventivos necessários”, afirma.

Atualmente, 140 pacientes estão inscritos no programa, e 60 já começaram a passar pelos exames. “Nosso objetivo é trabalhar de maneira preventiva para que os pacientes não cheguem a desenvolver doenças cardiovasculares, que são a principal causa de mortalidade no país. Através do Coração do Futuro, estamos monitorando essas pessoas para evitar que mais pacientes adoeçam”, completa Lucelane.

Impacto na saúde pública

O cardiologista Christian Dal Pont, coordenador do projeto, explica como a iniciativa foi pensada para impactar diretamente a saúde pública, concentrando-se na prevenção em vez de no tratamento de doenças já estabelecidas. “O projeto foi criado para que possamos trabalhar com a prevenção cardiovascular. Normalmente, o que acontece hoje no sistema de saúde pública é que gastamos muito mais com o tratamento de doenças do que com a prevenção. Nossa intenção é mudar essa lógica e focar os recursos nas coisas que realmente vão gerar impacto, como a prevenção de eventos cardiovasculares, principalmente infarto e AVC”, afirma o médico.

Exames são de suma importância

Dal Pont destaca a importância dos exames incluídos no projeto para a estratificação dos pacientes de acordo com o risco cardiovascular. “Nós fazemos exames laboratoriais comuns, como os que verificam diabetes, colesterol, triglicerídeos e função renal, e adicionamos dois exames complementares: a medida residencial da pressão arterial (MRPA) e o Escore de Cálcio Coronariano, que é feito por tomografia para identificar precocemente placas de gordura nas artérias do coração”, explica o cardiologista.
Com base nesses exames, os pacientes são classificados em três categorias: baixo, moderado e alto risco. Essa classificação permite ajustar os tratamentos preventivos de forma precisa, conforme explica o médico.

“Os pacientes de baixo risco são monitorados de maneira mais simples e, em alguns casos, podemos até reduzir medicações que não sejam necessárias. Já os de risco moderado e alto são os que mais se beneficiam do projeto, pois podemos ajustar o uso de medicamentos de forma mais eficiente, como o tratamento para colesterol alto ou hipertensão. Isso reduz significativamente o risco de eventos futuros, como infarto ou AVC”, explica Dal Pont.

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