Tencati não garante sequência no Tigre para 2025

Tiago Monte

Criciúma

No último sábado, dia 5, o técnico Cláudio Tencati e o auxiliar Aléssio Antunes completaram três anos no comando do Criciúma. Ontem, em entrevista coletiva, na Sala de Imprensa Clésio Búrigo, ambos demonstraram gratidão e felicidade com o momento. Tencati, porém, deixou uma pulga atrás da orelha do torcedor carvoeiro. Ele não cravou a permanência para a temporada 2025. “O presidente ainda tinha muito em aberto a situação dele: se permaneceria para 2025 ou não. E nós também. Vamos fazer o nosso trabalho, o nosso melhor, e entregar os resultados que a gente se propôs a entregar. Agora, o que vai vir pela frente, nesses nove jogos, nos restantes, esse resto de campeonato da Série A, e o futuro da nossa comissão, Tencati e Aléssio, juntamente com os demais da comissão, a gente ainda não tem nada. Nosso foco é totalmente no campeonato. Se houver algumas conversas, a gente vai escutar. E se não houver também, paciência. A gente sabe daquilo tudo que rodeia no futebol, então a gente vai estar concentrado em entregar o nosso melhor, fazer o nosso melhor para o clube, até enquanto a gente estiver aqui. Se der certo de uma sequência de trabalho: excelente! Se não der, faz parte de processos e a gente segue a nossa caminhada”, comenta.

O comandante reforça que se dedicará, integralmente, até o último dia de trabalho. “Por isso, que eu sempre digo: entrego profissionalismo, dedicação e vontade, porque é daqui que sai nosso salário. O amor é do torcedor. Então, se, daqui a pouco, eu tiver que sair do Criciúma, vai ficar a saudade dos amigos, de todo o processo, mas vida que segue. A gente vai para outro clube. Infelizmente, o treinador Tencati e o auxiliar Aléssio não têm bandeira, porque defendemos várias. Umas ficam marcadas e a gente tem um carinho enorme pelo Criciúma. Se der para renovar: ótimo. Se não der, vida que segue”, reforça.

Porém, o treinador deu sinais de que a permanência na Série A e, principalmente, a conquista da vaga na Copa Sul-Americana, do ano que vem, podem auxiliar na decisão.“Não sei se o clube nos quer, mas nós queremos, porque essa é uma das ideias que eu tinha com Londrina lá atrás, e sempre falei isso para o Alessio (Antunes, auxiliar): ‘olha, nós temos que vir para uma série B, fazer competição aqui, performar, porque depois vamos abrir mercado’. Então, isso é o que a gente projetou lá no Londrina, e quase beliscamos a Série A também. E aqui é a mesma coisa: a gente veio para o Criciúma, com o intuito de todos os processos de resultado, chegar a uma Série A e chegamos. Estamos permanecendo e vamos permanecer para 2025 na Série A. Consequentemente, uma Sul-Americana, eu não disputei ainda, não fiz nada de Campeonato Sul-Americano. Se consegue? Para nós, é fantástico. É óbvio que a gente tem ideia de permanência, então vamos ver se o Criciúma nos quer”, ressalta Tencati.

Proposta “balançou” o comandante neste ano

Tencati revelou que uma proposta recebida, no final do primeiro turno do Brasileirão, o “balançou”, mas decidiu pela permanência, até por gratidão à diretoria liderada pelo presidente Vilmar Guedes. O interessado era outro clube da Sèrie A, que Tencati prefere não revelar. “Propostas vieram, não há dúvida, mas a gente analisou o que é melhor. Se eu te falar a verdade, balançamos em um determinado momento, na virada do turno. Nós fomos procurados por outro clube da Série A, mas nós não nos vimos fora do Criciúma e daquilo que a gente projetou com o Criciúma, até pela responsabilidade e o compromisso. E aquilo que o presidente sustentou também, porque a gente sabe que tiveram momentos de dificuldade de resultado e que também eles foram firmes com a gente. Então, é uma troca recíproca. Foram firmes com a gente, temos que ser firmes com o clube. Mas o futuro a Deus pertence. Então, eu já não sei dizer. Até não quero citar clubes para não ficar uma coisa desagradável e chata, porque já ocorreu isso, no momento passado, e foi um aprendizado para mim. Eu citei e criou desconforto com o treinador que lá estava. Então, prefiro não citar, mas a gente teve bastante procura. Mas estamos felizes aqui também”, pontua.

Jogos difíceis

A sequência de derrotas para o Bahia, na Copa do Brasil, Palmeiras, Cuiabá e Athlético Paranaense, no Brasileirão deste ano, é tido como um dos momentos mais difíceis da trajetória de Tencati no Criciúma. “Nós tivemos momentos de dificuldade. Eu acredito que o momento mais difícil foi esse período de dois jogos da Copa do Brasil, com o Bahia, e depois, ao mesmo tempo, a sequência de jogos com Palmeiras, Cuiabá e Athlético Paranaense, que foram praticamente cinco derrotas seguidas numa sequência. E a gente sentiu um pouco do peso. Ali eu senti que se tiver que trocar, não vou, infelizmente, nem poder dizer nada porque não tivemos resultados numa sequência de trabalho. Tivemos performance boa, no jogo contra o Bahia, no jogo da volta. Performance boa contra o Palmeiras, que a gente sabe que foi muito bom, os outros não. A gente teve um resultado negativo aliado a não performance, mas acumulou. E ali era um momento que realmente pesou, mas a gente reagiu”, pontua.

Poder de Reação

O comandante faz questão de ressaltar o poder de reação do elenco de jogadores, após a sequência negativa. “A gente sempre fala do poder de reação: mobilizamos o time, para que o jogo da volta aqui, contra o Bahia, que a gente empatou 2 a 2 e estava ganhando 2 a 0, fosse diferente, e foi. Então, se nesse momento a gente não teve nenhum problema de demissão, foi em virtude de trabalho, e não resultado. Porque o resultado não veio. Mas o trabalho estava sendo feito e houve esse reconhecimento de quem estava envolvido”, diz.

Tencati também reforçou que a goleada para o Palmeiras foi uma “pedrada” para ele e o auxiliar. “E o outro sentimento que foi pós-Palmeiras: uma pedrada na minha cabeça, do Alessio e de todos nós. Se tivesse que ter sido trocado, eu não poderia dizer nada, só agradecer ao Criciúma e seguir a vida porque, paciência. Realmente foi frustrante também”, comenta.

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