Calor intenso, com sensação térmica superior a 50ºC

Criciúma
Alexandra Cavaler
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O intenso calor dos últimos dias tem deixado as pessoas com sensação de ar abafado, indisposição, podendo levar à desidratação, insolação e agravamento de doenças. E as temperaturas elevadas ainda permanecem nesta quarta-feira, com previsão de máxima atingindo os 37ºC, segundo o climatologista da Epagri, Márcio Sônego. Ontem, por exemplo, Meleiro, no Extremo Sul, apresentou a temperatura mais alta do estado com 41,1°C, e sensação térmica maior que 50°C. Criciúma chegou a registrar 40,6°C, com sensação térmica de 47°C; seguida de Sombrio com 39,9°C e sensação de 48,3°C.

Vento sul

Ele ainda destaca que na noite de hoje, dia 12, vira o vento sul, chove um pouco na região, com uma precipitação média de 5 milímetros. “Amanhã e na sexta-feira já não esquenta tanto e os termômetros devem marcar 28 e 27 graus, respectivamente. Porém, final de semana volta a esquentar: sábado com até 34ºC e domingo pode chegar a 35ºC. Isso deve se manter na segunda-feira, dia 17, diminuindo para 31 graus na terça. A chuva que chega no fim da tarde desta quarta-feira também estará presente na quinta-feira, começo da noite, com 15 milímetros; o mesmo ocorrendo na sexta-feira e no sábado. Essas chuvas serão bem-vindas porque entre Criciúma e a praia, o solo está muito seco. Além disso, é um solo arenoso que perde facilmente a umidade. Já de Criciúma em direção ao costão, a condição da umidade está um pouquinho melhor”, relatou Sônego.

Entenda como se afere a umidade do ar

Com relação à umidade do ar Michael Peterson, professor e pesquisador do curso de engenharia ambiental e sanitária da Unesc, explica que esse é um parâmetro muito utilizado nestas ondas de calor pela imprensa e pelas pessoas em geral. “Muitas vezes o registro da temperatura oficial parece não representar a que sentimos. O registro dele tem o objetivo de medir a temperatura do ar circulante na atmosfera, sem a radiação solar. Muitas vezes o registro oficial foi de 34 °C em termômetro oficial e nos termômetros de rua nos centros das cidades marca quase 40 °C, pois estes termômetros recebem a radiação solar, influenciando na medição”, assinalou.

Abafamento

Um detalhe importante, conforme o professor, é que o corpo precisa fazer a troca térmica, precisa liberar o calor para manter a temperatura constante. “Em dias muito quentes o corpo possui um mecanismo para refrigeração que é o suor, a pele libera a água do suor este evapora, produzindo uma sensação de alívio do calor quando o ar estiver seco. O problema é quando temos umidade elevadas, nosso corpo não consegue realizar a troca térmica, pois o suor fica no corpo, criando sensação de abafamento”, ressaltou, acrescentando que a sensação térmica pode ser calculada como índice de calor para temperaturas elevadas por meio de fórmulas disponibilizadas na literatura, “temos acesso fácil na internet e um dos mais utilizados é o aplicativo do NOAA (Administração Nacional de Oceanos e atmosfera) dos EUA.

Vento é parâmetro de alívio de calor

“Para termos a ideia de como a sensação térmica muda com a umidade, vamos considerar que a umidade relativa estivesse em 55%, teríamos uma sensação térmica absurda de quase 60 °C. Quanto maior a umidade relativa, maior a dificuldade de transpiração pela nossa pele e maior a sensação de abafamento. Para Criciúma o dado de máxima registrada neste dia 11 de fevereiro, na estação da Epagri, foi de 40,6 °C com máxima sensação térmica de 47 °C”, declarou Michael Peterson, esclarecendo que estes cálculos de sensação térmica valem para uma região sem vento, “uma vez que o vento é um parâmetro de alívio de calor também”.

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