Criciúma
Alexandra Cavaler
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Criciúma chega a um marco histórico que merece ser lembrado e celebrado: o centenário. Fundada em 1925, a cidade passou por inúmeras transformações ao longo dos anos e tornou-se referência em vários segmentos, mostrando o quanto com resiliência, força e determinação, pode-se crescer e evoluir. Para homenagear essa trajetória rica e inspiradora, o Jornal Tribuna de Notícias inicia nesta sexta-feira, dia 4, uma série de reportagens que explorarão os diversos aspectos da vida criciumense nestes 100 anos.
Nesta série, vamos relembrar as origens da cidade, suas conquistas e desafios, além de destacar as histórias de pessoas que ajudaram a moldar o município. Desde os primeiros habitantes até os dias atuais, passaremos por momentos marcantes da história local, como o crescimento da indústria carbonífera, a diversidade cultural trazida por imigrantes e as transformações urbanas que definiram o cenário atual. Acompanhe essa jornada pelo passado e presente de Criciúma.
Emancipação
Em 1925, “Cresciúma” desmembra-se de Araranguá, a quem pertencia como distrito e vira município. No mesmo ano, teve o primeiro superintendente da cidade, Marcos Rovaris, o qual, segundo o escritor e historiador Archimedes Naspolini, tomou posse em janeiro de 1926. Rovaris teve como suplentes Francisco Meller e José Gaidzinski; e os conselheiros Pedro Benedet, Fábio Silva, Gabriel Arns, Olivério Nuernberg e Henrique Dal Sasso.
“Criciúma foi território e distrito do município de Araranguá, do qual se desmembrou em 1925. Sua instalação se deu dia 1º de janeiro de 1926 com as posses de Marcos Rovaris, superintendente; Francisco Meller e José Gaidzinski, suplentes do Superintendente, além dos conselheiros. Já a Comarca de Criciúma foi criada em 1944. Depois disso, do seu território foram desmembrados os municípios de Nova Veneza, Içara e Forquilhinha”, detalhou Naspolini.
O nome Cresciúma foi escolhido devido à presença abundante do capim Kyruy-Syiuâ, termo Tupi para o capim encontrado na região.

Voltando à colonização

Em meados do século 18, uma concessão de sesmaria foi doada pelo governo Imperial a Jerônimo de Castro. A gleba ficava onde é hoje Urussanga onde também estava incluído o território do atual município de Criciúma. Fundada em 6 de janeiro de 1880 por imigrantes italianos, Cresciúma começou sua trajetória de colonização, prosperando através da agricultura e do pequeno comércio. O desenvolvimento socioeconômico ganhou impulso com a intensificação da extração de carvão, marcando um ponto crucial em sua história.
Consta nas pesquisas de Naspolini que 141 pessoas, de 22 famílias, iniciaram a povoação: Pizetti, Scotti, Sônego, Benedet, Casagrande, De Luca, Dário, Pavan, Netto, Martinello, Pierini, Tomé, Zanette, Milanez, Darós, Biléssimo, Meller, Milioli, Ortelan, Venson, Piazza e Barbieri.
“Depois de 30 dias no mar, embarcados no Porto de Gênova, desembarcaram no Rio de Janeiro, baldearam para um outro navio e vieram a Florianópolis. Noutro barco, viajaram até Laguna e, daquele Porto, até Pedras Grandes, então município de Tubarão, em canoas e sobre carroças margeando o rio. De Pedras Grandes, com o auxílio de carros de boi, cavalos e a pé, viajaram até Urussanga (Rancho dos Bugres) e dali, por picadas abertas por corretores de colônias e aquelas dos tropeiros provenientes do Planalto serrano, rumaram para as colônias que lhes foram reservadas ainda na península itálica.
Em Criciúma, alojaram-se num casarão que permitia – pelo menos – que as mulheres e os mais velhos tivessem um teto para se abrigar”, contou Archimedes Naspolini, ressaltando: “E começou a jornada. Dura jornada que contou com todas as adversidades imagináveis”. A colônia de Criciúma desenvolveu-se rapidamente e, em 1892, era elevada à categoria de Distrito de Paz, como sexto distrito de Araranguá, conforme a Lei no 48, de 2 de setembro de 1892.
Curiosidade do nome: Cresciúma X Criciúma
O topônimo foi mudado para Criciúma, conforme dados levantados por Archimedes Naspolini, por uma iniciativa unilateral do agente da Estrada de Ferro que, não tendo interpretado o texto de um decreto do Presidente Getúlio Vargas, fez a troca para diferenciar de uma outra estação da malha ferroviária brasileira.



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